tese do 13º congresso nacional CONAM
O movimento comunitário esteve nestas
últimas décadas na ofensiva, com a implementação de instrumentos e políticas
públicas conquistadas com muita luta e mobilização. Hoje, a cada dia, a
conjuntura se modifica, a CONAM e o movimento comunitário vivem um período de
resistência ativa pela garantia de direitos e contra qualquer tipo de
retrocesso em nossas conquistas históricas.
CONJUNTURA
INTERNACIONAL
1. quando analisamos a conjuntura internacional consideramos o mundo globalizado num contexto de profundas contradições entre o capital e o trabalho. A
crescente financeirização da economia, com dinheiro gerando dinheiro sem passar
pelo processo produtivo, torna ineficaz as velhas receitas liberais e
neoliberais que buscam, em vão, “aquecer” os mercados. Para tentar proteger
suas taxas de lucro o capital recorre, em todo o mundo, a uma perversa receita
que inclui: aumento do desemprego, intensificação da exploração da mão de obra
(com extensão da carga horária trabalhada e diminuição do salário) e retirada
de conquistas sociais. Segundo dados de 2017 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão desocupadas.
Enquanto isso, outros estudos apontam que 1% da população mundial é dona de 50%
de toda a riqueza produzida.
CRISE
DO CAPITALISMO ACIRRA CONTRADIÇÕES
2. Das contradições sociais em agravamento não escapam mesmo os países centrais do capitalismo. Na Europa os países convivem com o incremento da população de rua. Na França, morreram de frio em 2016 mais de 400 sem-teto. Nos Estados Unidos uma pesquisa apontou, em 2015, a existência de 3,5
milhões de pessoas sem moradias, sendo 1,5 milhão de crianças. A população de
rua, apenas em Nova Iorque, atinge a marca de 60 mil pessoas.
3. embora os EUA e seus aliados ainda detenham grande vantagem no campo midiático, ideológico-
cultural, diplomático e militar, eles temem que a emergência da China como potência econômica, política e militar e o papel desempenhado pela Rússia em busca de uma ordem mundial multipolar
possa provocar a perda de posições e afete o poder das potências centrais. Diante da crise sistêmica e estrutural do capitalismo e das disputas geopolíticas, o imperialismo apela cada vez mais para o
recurso da força para sustentar suas posições.
GUERRA
E REFUGIADOS
4. O
mundo gasta, de acordo com dados de 2016, 1,7 trilhão de dólares com armamentos
e despesas militares, sendo que mais de 50% destes gastos são feitos pelos EUA. Segundo estudo da ONU, seria
preciso um investimento de 267 bilhões de dólares para erradicar a fome e a
desnutrição de 1,8 bilhão de pessoas no mundo, ou seja, apenas 15,7% do que se gasta com armamentos.
5. Fruto
de guerras como a que destruiu a Líbia e busca destruir a Síria – que vem
heroicamente resistindo – surge o drama dos refugiados. São milhões de seres humanos deslocados em razão dos conflitos e da miséria econômica que procuram um refúgio. Relatório de 2015 do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mostra que o deslocamento global provocado por
guerras, conflitos e perseguições atingiu o nível recorde de 59,5 milhões de pessoas no final de 2014,
sendo a maioria proveniente de países em guerra: Síria, Afeganistão, Iraque e Somália.
6. A maior parte dos refugiados dessas regiões tenta chegar à Europa, onde se amontoam aos milhares,
isso quando têm a “sorte” de chegar em terra firme, pois muitos morrem no mar.
Importante destaque deve ser dado ao valente povo Palestino. Os palestinos
representam o maior número de refugiados do mundo (5 milhões de pessoas).
Expulsos de sua pátria por Israel, continuam sendo perseguidos, vendo suas
casas destruídas e suas terras tomadas em flagrante violação às resoluções da
ONU e às leis internacionais. A solidariedade ao povo palestino continua
premente e é tarefa de todos os lutadores por justiça.
NEOLIBERALISMO
EM XEQUE E OFENSIVA CONSERVADORA
7. Embora
seja nítida a crescente insatisfação dos trabalhadores com o modelo neoliberal
este sentimento muitas vezes não resulta em opções favoráveis ao povo, como
mostra a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA.
8. No entanto, o discurso baseado na apologia da “mão invisível do mercado”, sustentáculo da ideologia
neoliberal, naufraga a olhos vistos e abre espaço para experiências mais
avançadas. Como contraponto o imperialismo busca desestabilizar nações com
governos soberanos, através dos chamados golpes “suaves” ou “brandos”, com
milionários investimentos em técnicas de comunicação em rede, espionagem e
sabotagem institucional e econômica (infiltração no aparelho policial e judicial, estocagem de alimentos visando provocar falta de gêneros, etc.). Fenômenos como
a xenofobia, o conservadorismo e o neofascismo ganham corpo em todas as regiões
do planeta.
AMÉRICA LATINA
9. Relevante destacar o papel da América Latina no cenário internacional, que se constituiu nos últimos
anos, com o advento de governos progressistas e populares, em polo de
resistência ao neoliberalismo. Foram implementadas políticas de distribuição de
renda, ampliou-se direitos, aprofundou-se a democracia e a integração
latino-americana. Fortaleceu-se o Mercosul e foram criadas a Alba, a Unasul, a Celac, o Acordo de Cooperação Energética Petrocaribe e o Banco do Sul.
10. Tudo
isso foi alcançado mesmo sob forte ataque do imperialismo aliado aos setores conservadores
nativos. Atualmente, tendo a direita chegado ao poder nos dois países mais
importantes da região, Brasil, através de um golpe de Estado, e na Argentina, através de eleições, promove-se uma ofensiva diplomática com o objetivo de desmantelar o processo de integração regional.
11. Voltam
a se repetir fenômenos como a ingerência aberta em assuntos internos de nações
amigas visando desestabilizá-las, como é o caso do ataque coordenado à
Venezuela bolivariana. Outros países da região com governos de orientação
popular e democrática, como Cuba, Uruguai, Chile, Bolívia, Nicarágua, Equador,
El Salvador e República Dominicana, também estão no alvo. Cuba continua
sofrendo com o ilegal bloqueio econômico que tenta estrangular sua economia. O
novo presidente dos EUA, Donald Trump, tem feito reiteradas ameaças à nação caribenha. A solidariedade a Cuba e à Venezuela são imperativos para os lutadores latino-americanos.
A
UNIDADE DOS POVOS É A BANDEIRA DA ESPERANÇA
12. O
mundo, portanto, está politicamente mais instável e crescem às ameaças à paz.
Nesse contexto, a resistência dos povos é fundamental e o 13º Congresso da CONAM reveste-se de grande importância, tanto pelo momento
político que atravessa a América Latina e o mundo, como pelos desafios que tem pela
frente o movimento social latino-americano diante da onda conservadora que
assola a região.
13. É
com a clareza dos nossos interesses de classe e dos nossos objetivos políticos
que afirmamos que a saída para soluções mais avançadas só será possível com
ampla unidade dos povos numa luta em escala mundial contra o capital financeiro internacional e o seu braço armado: a indústria bélica.
14. Deve estar no centro das nossas ações a defesa da democracia, dos direitos sociais dos trabalhadores,
da soberania das nações e em defesa da paz mundial, fortalecendo a luta dos movimentos sociais de caráter progressista e anti-imperialista.
CONJUNTURA
NACIONAL
15. A
crise política, econômica, ética e institucional no Brasil alcançou proporções
gigantescas, desencadeada a partir da quarta derrota eleitoral das forças
conservadoras, que inconformadas com a rejeição desencadearam um processo de
desestabilização da democracia, culminando no impeachment da Presidenta Dilma,
na segunda fase, na imposição de uma agenda de reformas ultraliberal visando
avançar sobre direitos trabalhistas, previdenciários e na entrega de patrimônio
nacional. A este quadro associa-se a corrupção, o clientelismo e todas as
formas de apropriação privada do público.
16. O
centro do golpe foi o consórcio jurídico-parlamentar, somado com os grandes
meios de comunicação, que através da Operação LavaJato focaram o combate à
corrupção, ganharam a opinião pública para a ideia que o governo Dilma era
patrocinador da roubalheira no Brasil. As recentes denúncias da Odebrecht e,
especialmente, da JBS desmoralizaram o enredo golpista, deixando nua a quadrilha que assaltou a Presidência da República e Aécio Neves – principal patrono do golpe e recordista em
delação. Temer está desmoralizado, sendo investigado com a autorização do STF,
cambaleando na presidência do país, mergulhado na defesa de seu mandato das
sucessivas acusações que pululam na imprensa e na Procuradoria Geral da República.
17. A
crise se caracteriza pela instabilidade, imprevisibilidade, delações
generalizadas, desequilíbrio entre os poderes, esgarçamento econômico e um
Presidente da República fraco, desmoralizado, implicado em crime e com baixa popularidade. Estamos sob o julgo de uma quadrilha que usurpou o poder. Do Palácio do Planalto irão
à prisão. Por isso, precisam da imunidade conferida pelo Palácio (vão vender
caro suas saídas) mesmo sem nenhuma legitimidade, à custa da desagregação
econômica e social do país.
18. Há
divisão no ninho golpista, judiciário, mídia e os partidos que ascenderam ao
poder após o golpe não se entendem. Esse esgarçamento atinge setores econômicos
que acreditam que Temer não goza mais de condições de entregar as reformas. A
falta de alternativa, ou de acordo em torno de um nome dos golpistas capaz de
dar curso na agenda antinacional e reformista, tem dado sobrevida a Temer. No
entanto, devemos ficar atentos, pois eles têm unidade na agenda e recomporão
para o desmonte das leis trabalhistas e previdenciárias, na entrega do Pré-Sal,
na destruição da Petrobras, na desnacionalização da economia e no alinhamento
subserviente do Brasil ao imperialismo estadunidense. Estarão juntos para impor
ao país uma agenda antipopular, antinacional e entreguista, como as reformas antidemocráticas em trâmite no Congresso Nacional.
19. Devemos
contribuir no debate do projeto de Nação que deve ter como pilares
"autonomia nacional, democracia, desenvolvimento econômico, valorização do
trabalho, diminuição da desigualdade, segurança e proteção do meio
ambiente". Reformas democráticas que modernizem o país e garantam seu
desenvolvimento social. Isso significa que precisamos defender o direito ao
trabalho, o direito à cidade, garantir um crescimento para o país de forma mais
consistente, com inclusão e independência. Temos que nos unir no objetivo de
reconstruir nossa nação e definir um projeto nacional de desenvolvimento
econômico com justiça social.
20.Cabe
a nós repensarmos o Brasil para projetar o seu futuro – hoje bloqueado, fadado
à extinção do setor produtivo e à estagnação da economia retratada nos 14
milhões de desempregados, na violência urbana, etc. Precisamos ter uma regra
fiscal que permita a atuação contra cíclica do gasto público e assegure
prioridade à educação e à saúde. Precisamos de uma política econômica com juros
mais baixos, que sirva para indução da produção e consumo e não somente para
garantir o rentismo. A valorização do trabalhador e uma reforma tributária
progressiva e efetiva também são elementos importantes para retomada do
desenvolvimento nesta conjuntura.
21. Tem
se intensificado as mobilizações nas redes sociais e nas ruas contra o governo
golpista e sua agenda de maldade A cada dia aumenta a consciência popular sobre o caráter e os objetivos do golpe
contra Dilma Rousseff, consequentemente, ampliando as intensões de votos a Lula. Compreendemos que devemos manter
grandes massas nas ruas, greves, denúncias, vigilância e pressão sistemática da
opinião pública contra Temer na presidência e contra as reformas que se
avizinham, no entanto, será necessário um amplo movimento político com todas as
forças capazes de construir um acordo nacional que resgate a normalidade
democrática e uma agenda de recuperação da economia nacional que inclua os trabalhadores.
22.A CONAM compreende que somente uma ampla frente política composta pelos movimentos sociais,
intelectuais e personalidades progressistas, partidos políticos, setores
produtivos comprometidos com a soberania nacional, com a democracia, com o Estado de Direito e com os direitos trabalhistas e sociais, serão capazes
de barrar o golpe e de impor uma agenda que atenda os interesses da nação e do povo brasileiro. A CONAM e o movimento comunitário devem estar juntos na construção desta Frente Ampla, tendo como centro a luta pela destituição de Temer e eleições diretas para Presidente da República. Somente o povo poderá dar rumo a essa crise que tão mal tem feito ao Brasil.
23.Temos
consciência da luta política em curso e dos interesses em disputa. Nesse
sentido precisamos estar presentes nas grandes articulações políticas, de
caráter progressista, que unificam amplos setores sociais na luta contra o
conservadorismo advindo do golpe de estado que vem retirando direitos e
restringindo a democracia.
24.A CONAM deve ser protagonista neste período da luta por um tripé composto da luta pelo Direito à Cidade (Reforma Urbana), Políticas
Sociais (em especial o fortalecimento do SUS) e a luta pelo Emprego Digno, crescimento econômico e distribuição de riquezas.
25.Nesse sentido, a CONAM deve ter em seu horizonte o fortalecimento da Campanha Despejo Zero, da
AIH, e da Campanha pela Função Social da Propriedade, do FNRU, como
instrumentos de luta e denúncia, no fortalecimento da bandeira da Reforma Urbana e do direito à cidade.
26.A bandeira pelo emprego digno da CONAM deve dialogar com uma série de ações e parcerias, para retomada do desenvolvimento,
pelo combate ao desemprego e que alcance com maior intensidade os trabalhadores
dos bairros e comunidades. É preciso esforço e articulação para superar o
capitalismo neoliberal e a construção de alternativas que valorizem a produção
em detrimento do rentismo. Portanto, o desafio da CONAM deverá ser de resistência e luta para os próximos períodos.
POLÍTICA
DE SAÚDE
27.É indispensável reafirmar o Artigo 196 da Constituição de 1988: “A saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a
redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”. Igualmente importante é o Artigo 3º da Lei Orgânica da Saúde:
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.”
28.O SUS, em seus 29 anos de existência, vem contribuindo com a melhoria na saúde dos brasileiros.
Basta lembrar que a mortalidade infantil vem caindo de maneira expressiva – em 2011 atingimos a
meta do milênio, prevista para o ano de 2015 – com redução de 70%. Essa redução ocorreu em todas
as regiões do país, sendo maior no nordeste, contribuindo para diminuir as desigualdades regionais. Outro indicador de destaque é o aumento da vida média dos brasileiros, a expectativa de vida atual é de 75,4 anos. Em 2030 projeta-se que haverá mais idosos do que crianças e adolescentes, o que
vai exigir mais capacidade de atendimento do SUS.
29.As
doenças crônicas crescem com o envelhecimento da população: mais de 30 milhões
de hipertensos, mais de 9 milhões de diabéticos, mais de 18 milhões com
colesterol alto, mais de 11 milhões com depressão, mais de 2,7 milhões
diagnósticos de câncer (2013). Ao mesmo tempo, persistem as doenças transmissíveis que já poderiam ter sido eliminadas (TB, Hanseníase) e doenças
transmissíveis emergentes e reemergentes (zika, febre amarela). Todos esses
processos de adoecimento trazem também as condições de vida em desigualdades
sociais, de raça/etnia e de gênero, e, portanto, continuam a ser desafios a
superar. O SUS tem contribuído para diminuir as iniquidades por ser uma
política pública universal e integral, de inclusão social. Qualquer ameaça a
sua existência significa aumento de mortalidade e de doenças.
30.O Plano Nacional de Saúde 2016-2019 definiu como objetivo geral a ampliação e qualificação
do acesso universal, em tempo oportuno, contribuindo para a melhoria das
condições de saúde, promoção da equidade e da qualidade de vida dos
brasileiros. A ampliação desse acesso pressupôs a ampliação da estratégia de
saúde da família, o reconhecimento da atenção básica como organizadora da rede
SUS e porta de entrada com capacidade resolutiva e adequação a realidades diferentes de um Brasil Continental, como as Unidades
Básicas Fluviais e Ribeirinhas e o Programa Mais Médicos e Mais Saúde, que
ampliou a assistência médica chegando às populações mais vulneráveis e empobrecidas, colocando na
prática o princípio da equidade na organização e na definição dos recursos financeiros, hoje ameaçados pela política de desmonte social e pela EC 95.
31. Para
alcançarmos os objetivos do Plano Nacional de Saúde é fundamental continuarmos
a luta contra a EC 95 que congela, por 20 anos, os investimentos em políticas sociais. Com isso,
a saúde vai perder cerca de 400 bilhões de reais. Os países que têm sistema
universal de saúde, destinam 70% dos recursos gastos com saúde para o sistema público. No Brasil o total
destinado à saúde, em 2015, foi 232 bilhões de reais e somente 45% foi
destinado para a rede pública, que atende mais de 70% da população.
32.Portanto,
a CONAM defende, como ponto central, ampliar o financiamento do SUS,
principalmente os recursos federais. Além disso, é necessário melhorar a
gestão, melhorar as ações integradas das três esferas de governo, investir em capacitação dos profissionais de saúde, garantir todos os
equipamentos de saúde para as equipes, ampliar a rede de serviços especializados, ampliar número de leitos, ampliar
as ações de prevenção e recuperação da saúde e ampliar a mobilização social em
defesa do SUS.
33.É desafio da CONAM e do movimento comunitário estar presente no debate local de saúde,
fortalecendo os conselhos gestores, municipais e regionais de saúde, levando nossa pauta e fortalecendo a participação e o controle social do SUS, que são grandes conquistas do povo brasileiro.
34.Em
especial, devemos ter mais conexão com os agentes comunitários de saúde que são
o principal elo entre as comunidades e o SUS. Cabe ainda destacar a orientação
da CONAM para as bases comunitárias fortalecerem a mobilização e participação
nas conferências municipais e estaduais de Saúde da Mulher e de Vigilância em
Saúde e as conferências municipais que elaborarão o Plano Municipal de Saúde.
35.Por último, cabe destacar que a luta da saúde,
considerando os determinantes e condicionantes sociais da saúde, se entrelaça
com a luta por um Brasil desenvolvido, soberano e socialmente justo.
POLÍTICA
DE DESENVOLVIMENTO URBANO
36.As cidades no Brasil, historicamente, foram se desenvolvendo de forma desorganizada, sem planejamento e sem
infraestrutura. Invariavelmente, a prioridade foi atender aos interesses da
especulação imobiliária. Ocasionando o aumento da população urbana em áreas
inadequadas e na aglomeração nas regiões metropolitanas sem a devida estrutura
de serviços públicos necessários.
37.As grandes catástrofes naturais e os
graves problemas urbanos têm assolado diversas regiões do nosso país nos
últimos anos, esse fenômeno está intrinsecamente ligado a falta de planejamento
na ocupação do solo e a ausência de regularização fundiária. As comunidades construídas em locais inadequados, devido a inexistência de um planejamento urbano que atenda os trabalhadores é o reflexo da ineficiência do poder público no combate
a especulação imobiliária.
38.Segundo dados do IBGE, 85% da população brasileira se concentra em área urbana, a grande
maioria está nos grandes centros. Isso se reflete em um déficit habitacional
quantitativo (falta de moradia) de mais de 12 milhões, além do déficit qualitativo (moradias em condições
precárias) que se aproxima de 17 milhões de moradias.
39.Importante
mencionar a falta de saneamento básico, o caos da mobilidade nas grandes
cidades, ausência de segurança pública nas periferias, forte concentração de
terras e especulação imobiliária tornam-se um conjunto de agravos que
impossibilita os(as) trabalhadores(as) a terem uma moradia digna. Passados 16
anos da aprovação do Estatuto da Cidade (julho de 2001) ainda temos muita
dificuldade em sua implementação e nas leis setoriais dele decorrentes.
40.O
Estatuto das Cidades determina que a propriedade e a cidade cumpram a função
social, além de prever a elaboração dos planos diretores participativos. Poucas
são as cidades que cumprem a lei
e usam os seus instrumentos do Estatuto para combater conflitos urbanos gerados
pela especulação imobiliária.
41. A
política urbana precisa estar integrada à luta por mais e melhores condições de
saúde, educação, acesso à cultura, ao esporte e lazer, entre outras políticas
públicas de inclusão social, sem elas vamos continuar a vivenciar a crise das
cidades onde a população das periferias e principalmente a juventude é
marginalizada. Atuar fortemente nesta questão é compreender as precárias
condições de vida de parcela expressiva da população e buscar construir cidades
mais humanas.
42.A CONAM no último período vem apontando para a necessidade de se construir um Projeto
Nacional de Desenvolvimento, dentre as reformas estruturantes que comporão esse Projeto, a Reforma Urbana deve ser uma das prioridades.
Somente com a reorganização e democratização do acesso das pessoas às cidades,
com a apropriação coletiva dos vazios urbanos especulativos, garantiremos direitos básicos e qualidade de vida para nosso povo.
43.No debate nacional da constituinte de 1988, a CONAM e suas filiadas defenderam a inclusão, na Constituição Cidadã, dos artigos 182 e 183, que tratam da política urbana no Brasil. Com instituição do Ministério das Cidades em 2003, criaram-se as condições para a construção e integração das políticas urbanas no
Brasil, atendendo uma reivindicação histórica do movimento comunitário.
44.Em 14 anos de Ministério das Cidades tivemos a realização de cinco Conferências Nacionais das Cidades, que contribuíram para avançar
significativamente em diversos aspectos da política. Hoje a CONAM é uma
entidade com grande representatividade no Conselho Nacional das Cidades, espaço qualificado no debate da política de desenvolvimento urbano no País.
45.Importante
vitória do movimento comunitário foi à provação do Marco Regulatório do
Saneamento (Lei Federal 11.445/07), regulamentado em 2010, com o Fundo Nacional
de Habitação de Interesse Social (Lei Federal 11.124/05), sendo a primeira lei
de iniciativa popular que coletou mais de um milhão de assinaturas no início dos anos 1990. Continuamos articulados pela a aprovação da PEC 285/08 – Moradia Digna.
46.Importante ressaltar o Minha Casa Minha Vida (Lei Federal 11.977/09) que além de destinar
recursos para construção de moradias populares, beneficiando milhares de famílias de baixa
renda, também tinha dado atenção à regularização fundiária. Infelizmente, em
mais um frontal ataque do Golpista Temer, todos os avanços na área da
Regularização Fundiária, foram atacados pela MP 759, recentemente aprovada, que
facilita, entre outras coisas, a cedência de imóveis públicos federais para a
especulação imobiliária, além de enfraquecer as construções coletivas das
últimas décadas.
47.A
aprovação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal 12.587/12) nos
possibilita a construção de planos locais de mobilidade, com critérios para a
concessão do transporte coletivo e do cálculo da tarifa. Todas as ações na
mobilidade urbana devem ser realizadas com participação popular e controle social efetivo.
48.Por
outro lado, a política de mobilidade urbana, prevê a prioridade do transporte
não motorizado, bem como o transporte coletivo em relação ao transporte
individual motorizado, além de diretrizes que visam democratizar o trânsito e mobilidade nas cidades.
49.A
criação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano ajudará a diminuir a
fragmentação na ação. Ao unificar as ações, qualifica nossa intervenção
temática, fortalecendo o controle social sobre esta estratégica política
pública, além de dar destaque a essa importante frente de luta social. Unificar as temáticas da reforma urbana num sistema de conselhos das cidades e de fundos, é colocar essa política num patamar mais elevado do debate e fortalecer nossa
plataforma pelas mudanças.
50.Vivemos
um período de acirrada disputa. Se por um lado aprovamos recentemente esses
avanços, por outro lado, uma reação busca não implementar estes instrumentos e
mesmo retroceder nas legislações e regulamentações.
51. Nesse
sentido, é fundamental lutar na construção de uma política nacional de
desenvolvimento urbano que integre na prática as políticas públicas que garantam o direito à cidade. Vamos fortalecer nossa mobilização contra o desmonte do Conselho das Cidades e pela revogação do Decreto 9.076, de
07 de junho de 2017, que entre outras coisas, muda a composição do Conselho das
Cidades e tira do mesmo a prerrogativa de organizar a Conferência Nacional das Cidades. Cabe uma grande articulação dos movimentos populares e do Fórum Nacional da
reforma Urbana para continuar lutando e resistindo contra os retrocessos da
política urbana.
52.Nossas
ações de mobilização e de rua na questão urbana devem estar centradas na
garantia da cidade cumprir a sua função social, fortalecendo as campanhas
Despejo Zero e pela Função Social da Propriedade. Essas agendas são
mobilizadoras e fundamentais, principalmente no momento em que cresce os
despejos e remoções forçadas em todo país, via de regra, atendendo os interesses da especulação imobiliária e retirada das comunidades
de regiões centrais para regiões periféricas dos grandes centros urbanos.
A LUTA PELAS
POLÍTICAS SOCIAIS
53.Lutas
por saúde, moradia, assistência social, educação, criança e adolescentes,
direitos humanos e demais direitos sociais, são marcas importantes do movimento comunitário, nos colocando frente a frente com a realidade de nossas
comunidades. Assim como a infraestrutura das cidades é precária, a falta de
políticas sociais ainda é uma realidade nas nossas cidades.
54.Atualmente Saúde, Educação e Assistência Social têm Sistemas e Planos Nacionais onde sua
implementação devem garantir a universalização de acesso à esses serviços. Por outro lado a resistência do movimento
comunitário deve ser ainda mais forte para não permitir retrocessos.
55.Nas
políticas de combate à fome e à pobreza, avançamos muito nos últimos períodos,
em que milhões de famílias saíram da linha da pobreza extrema. Não podemos
permitir que essas políticas sejam reduzidas conforme a política do atual
governo. O movimento comunitário na defesa dessas conquistas deve continuar
lutando pela manutenção dessas políticas públicas.
56.Os
programas e as redes de proteção social precisam continuar sendo garantidas.
Embora seja menos comentado que a saúde e a educação, é na Assistência Social
que teremos um impacto maior da Emenda Constitucional 95, que congela gastos e
investimentos públicos em saúde, educação, infraestrutura, entre outros,
durante vinte anos.
57.A
política educacional que vinha incluindo milhares de pessoa no sistema
educacional nos últimos anos, através de instrumentos de acesso à educação
pública no país como o Enem, o Prouni e a política de cotas que ajudaram a
incluir parcela significativa da sociedade no sistema educacional, corre sério
risco de extinção. Cabe ao movimento comunitário mobilizar suas bases para essa luta.
58.Instrumentos
como o Plano e o Sistema Nacional de Educação, têm metas que buscam valorizar
profissionais e investir pesadamente na educação, desde a infantil, até o nível
superior. A mudança na legislação do Pré-Sal e a EC 95/2016 foram golpes
pesados no financiamento da educação e somente com mobilização e articulação
não permitiremos maiores retrocessos.
59.É
necessária a valorização dos profissionais de educação para elevar a qualidade
do ensino e garantir uma
gestão educacional democrática com ampla participação nos conselhos de
educação, fator central da democracia participativa e na construção do projeto
socialmente mais avançado.
60.Contrapomos
a falácia da “Escola Sem Partido” e a reforma do ensino médio feita numa
canetada por meia dúzia de engravatados golpistas que ocuparam o MEC. Concebemos uma educação que forme globalmente o ser humano em cidadão
crítico, comprometido com a coletividade e capaz de ler o mundo ao seu redor,
não a que prepara “máquinas” para mão de obra barata ao mercado. Por isso, defendemos as disciplinas de filosofia, sociologia, artes e educação física nos currículos escolares.
61. A
CONAM teve papel importante na construção do Estatuto da Juventude. É desafio
da CONAM sua implementação, bem como fortalecer e incentivar a participação da juventude
no movimento comunitário. Ampliando a participação dos jovens, não somente nas políticas
diretivas em relação a essa temática, mas em todas as outras pautas do
movimento comunitário.
62.Na
luta pela igualdade de gênero o movimento comunitário vem jogando um papel
importante na orientação à base dos movimentos em que maior parte da comunidade que estão na frente das lutas
são mulheres.
63.É
um desafio lutar pela implementação efetiva da Lei Maria da Penha, não é
aceitável que tantas mulheres, sejam vítimas de violência doméstica. O
movimento comunitário deve aprofundar este debate, estreitando a articulação da
luta pela igualdade de gênero.
64.Temos
que lutar para que existam Secretarias de Políticas de Gênero, no âmbito do
Poder Executivo, bem como Procuradorias da Mulher nos Parlamentos. Precisamos
combater agressões e a criminalização às mulheres em relação ao aborto.
65.Apesar
do Governo Federal ter investido nos últimos anos em políticas de proteção de
crianças e adolescentes, conforme prevê o ECA (Lei Federal 8.069/90).
Percebemos que ainda não foi suficiente. Nossas crianças e adolescentes continuam desprotegidas, cada vez
mais envolvidas com as drogas.
66.Os
Conselhos Tutelares não têm sido eficientes e o poder público não dispõe da
infraestrutura para melhor acompanhamento e atendimento. Temos que continuar lutando para que nossas crianças e adolescentes possam ter proteção garantidas e com eficiência. Portanto é necessário incidir e fortalecer os Conselhos Tutelares.
67.Precisamos
garantir que as políticas para os idosos sejam garantidas conforme prevê o
Estatuto do Idoso, que define que a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar
ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade, seu bem-estar e o direito à vida.
68.A
política de promoção da igualdade étnica e racial tem que ser tratada com
grande seriedade pelo movimento comunitário. A sociedade brasileira tem uma
grande dívida histórica com a população negra, indígena e quilombola.
Precisamos fortalecer as mobilizações em solidariedade às demarcações de terras das comunidades indígenas.
69.Outra
questão que não podemos deixar de debater é a segurança urbana. Hoje,
principalmente nas médias e grandes cidades, a violência, as milícias, o crime organizado, o tráfico de drogas, têm violentado as comunidades, em
especial suas lideranças. Não são poucos os casos de lideranças que sofreram
ameaças e tiveram que se mudar ou mesmo foram vítimas dessas organizações paralelas, a política de segurança precisa estar alicerçada
na política de direitos humanos e de cidadania.
70.Sabemos
que o ataque frontal à essa situação não é a melhor saída, mas é fundamental a
articulação e a organização do movimento comunitário, principalmente no
fortalecimento de medidas preventivas, que façam
que as políticas públicas cheguem nas comunidades antes que, principalmente os
jovens, sejam vítimas desses tipo de violência. Ao mesmo tempo, isso reflete em
parte o fracasso do Estado em combater a criminalidade, garantir os direitos
sociais e alternativas para as comunidades, como os conselhos de segurança
comunitária não têm sido eficientes na segurança das comunidades.
71. Ataques
xenófobos, intolerância religiosa e outros tipos de preconceito e discriminação
se fortaleceram no último período. É fundamental o movimento comunitário estar
alerta e combater esse tipo de agressão. Temos que atuar nessas questões combatendo
qualquer discriminação e intolerância. É dessa grande diversidade que se forjou o povo brasileiro.
72.Estas
políticas correm sérios riscos, está ocorrendo um processo de desmonte
acelerado de todas as políticas públicas sociais pelo governo ilegítimo. A CONAM conclama suas filiadas a se mobilizarem contra qualquer retrocesso e por nenhum direito a menos.
A
CONAM E O FORTALECIMENTO DO MOVIMENTO COMUNITÁRIO
73.O modelo de desenvolvimento das últimas décadas, tem enfraquecido os laços comunitários e as relações humanas. A verticalização das cidades e os muros cumpriram um papel de afastar vizinhos e conseqüentemente de enfraquecer as relações comunitárias e a presença das comunidades em ações das Associações de Moradores. Atividades como festas juninas e outras atividades culturais têm sido cada vez mais raras, refletindo também na capacidade
de articulação e de mobilização das Associações Comunitárias.
74.É
necessária uma ampla reflexão do movimento comunitário no sentido de superar
essas barreiras e de se tornar atrativo, principalmente aos jovens, como
instrumento de envolvimento da comunidade nas suas lutas e bandeiras. Apesar disso, a CONAM tem jogado
importante papel na elevação da compreensão e participação política da base do nosso
movimento, o que tem resultado no crescimento do número de lideranças
comprometidas com a construção dessa história de luta. Consideramos que esse
esforço deve ser permanente fazendo com que tenhamos presença nas grandes lutas políticas.
75.A CONAM hoje congrega mais de 600 Uniões e Federações Municipais de Associações de Moradores, 22 Federações
Estaduais filiadas, estando presente nos 26 estados e no Distrito Federal, tendo reunido no último Congresso
aproximadamente 22 mil entidades entre Associações de Moradores, Movimentos de
Moradia e similares, sendo até hoje a maior entidade do movimento comunitário.
Portanto, precisa se renovar, se reinventar, para essa nova fase. É necessário ampliar com novos movimentos populares existentes nos bairros.
76.Na
atual conjuntura precisamos cada vez mais fortalecer, reorganizar e
reestruturar as Federações Estaduais e Municipais, sendo necessário mais protagonismo. É importante que as entidades compreendam que a
CONAM tem o papel de contribuir, de orientar e de mobilizar o movimento comunitário em vários momentos importantes das lutas.
77.A
diretoria da CONAM, apesar das dificuldades, demonstrou unidade política e tem
cumprido o seu papel de, entre uma reunião e outra, conduzir e executar as orientações
traçadas pelas instâncias deliberativas da entidade.
78.No âmbito das instâncias de direção da CONAM, o CONEA - Conselho Nacional de Entidades
Associadas realizou duas reuniões, cumpriu seu papel de contribuir na direção
da base do movimento e de traçar os rumos políticos da entidade, como também
definir as diretrizes para o 13º Congresso.
79.A
fragilidade material não permitiu realizar todos os Encontros Regionais da
CONAM em todas as regiões, fruto da atual conjuntura política desse período.
Nos que aconteceram tiveram momentos importantes de aproximação, de
fortalecimento e de articulação e orientações das ações com as Federações Estaduais presentes nos mesmos.
80.Nos três últimos anos, foi um período de crise econômica e política, onde ocorreu um golpe de Estado, que interrompeu o
mandato da Presidenta Dilma legitimamente eleita, de retrocesso das políticas
públicas, criminalização dos movimentos sociais e exigiu mais empenho na
manutenção e na organização do movimento comunitário. Ainda assim, a CONAM e
suas filiadas mantiveram firmes e mobilizadas para o enfrentamento da luta
política.
81. Estamos
num período de resistência, de luta contra os retrocessos das políticas
sociais, em defesa da democracia, do SUS, da educação e da moradia. Defesa das leis trabalhistas e previdenciárias sob ataque de Temer.
Precisamos atuar em outro patamar, ampliando a mobilização das comunidades e do
povo brasileiro, na resistência e na luta, para não permitirmos retiradas de
direitos e conquistas históricas das comunidades.
82.A CONAM contribui, desde o primeiro momento, para a criação e mantém seu compromisso
com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Consideramos importantes
instrumentos para enfrentamento dos retrocessos das políticas sociais, contra
as reformas antidemocráticas e por nenhum direito a menos.
83.Nesse
período de crise política, a pauta da moradia, do saneamento, da energia e da
água, sofreram retrocessos com os cortes orçamentários e com o aumento do
processo das privatizações. A CONAM, em conjunto com a União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a Central de Movimentos Populares (CMP), o
Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), buscou diálogo com a Via Campesina e o MST para articularmos coletivamente uma
pauta de lutas, unindo o campo e a cidade. Em novembro de 2016 foi realizado um seminário
nacional, onde se reafirmou essa importante articulação, resultando na definição de agendas
de ações. Essa articulação precisa ser ampliada para os estados. O processo de
articulação do campo e da cidade é muito importante para CONAM, pois os nossos
municípios têm a conformação e as contradições do rural e urbano que precisam
de intervenções mais articuladas.
84.A
CONAM e suas filiadas participaram de todas as Jornadas de Lutas realizadas com
as entidades nacionais da luta pela reforma urbana, como também da articulação
das mobilizações realizadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e pelo
Fórum das Centrais Sindicais. Se manterá nesse caminho, pois compreendemos que
somente as mobilizações das massas serão capazes de conter a onda golpista e
restaurar a democracia no Brasil.
85.Devido
a atual conjuntura, a agenda dos movimentos sociais impediu a
realização de jornadas próprias, ainda assim, orientamos a
mobilização de luta em Defesa da Saúde Pública e do SUS no
dia 05 de maio, Dia Nacional do Líder Comunitário, ação essa que não atingiu
todos os estados.
86.Mantemos
a articulação internacional do movimento comunitário brasileiro. Nossa
contribuição com as lutas dos povos em nível mundial tem sido o fortalecimento
das articulações das redes Internacionais onde a CONAM participa. Precisamos nessa conjuntura intensificar tal articulação, pois a ofensiva neoliberal da direita conservadora fascista cresce
na Europa e, principalmente, na América Latina.
87.Participamos de todas as edições do Fórum Social Mundial, fortalecemos nossa relação com
a Aliança Internacional dos Habitantes (AIH) através da campanha Despejo Zero – Antena Brasil e na América o
fortalecimento da Frente Continental de Organizações Comunitárias (FCOC). Também integramos a Associação Internacional de Direito a Energia.
88.A
CONAM organizou e participou de atividades importantes no Fórum Social Mundial
no Canadá, no Fórum Social Temático no Rio Grande do Sul e no Fórum Urbano Mundial em Quito. Como deliberação da edição do Tribunal Contra os Despejos em Quito, será realizado
uma sessão do Tribunal no Brasil, estamos no processo de construção.
89.Para
os próximos períodos os espaços democráticos como fóruns e conselhos devem se
tornar espaços de luta e resistência, fazendo com que as políticas públicas
sejam de fato defendidas nos estados e municípios pelas federações. Contudo, as
ruas continuarão sendo palco prioritário de mobilização, ocupação e luta política.
90.É necessário o movimento comunitário estar preparado e receptivo para debater e construir
ações de luta em conjunto como os movimentos populares, sindicais e sociais. Lutar por uma
sociedade mais avançada e solidária, recuperar sua atuação na base, ampliando
sua presença nas lutas cotidianas das comunidades, fortalecer as Associações de
Moradores e Comunitárias, ampliar o conceito de comunidade para se conectar mais adequadamente nos grandes debates e reivindicações
que ocorrem nas cidades, bem como atualizar sua abordagem à luz das mudanças ocorridas no Brasil, nas cidades e nas comunidades.
91. O
13º Congresso da CONAM deverá aprovar uma plataforma e bandeiras de Lutas e de
Resistência em defesa da Democracia e dos Direitos Sociais que será um
instrumento orientador para a ação das entidades filiadas no período de 2017 a 2020.
Apresentamos a
seguinte Plataforma e Bandeiras de Luta
CONJUNTURA
INTERNACIONAL
92.Fortalecer a luta contra o imperialismo dos EUA e suas guerras, de forma ampla e unificada
através da Assembleia Mundial dos Movimentos Sociais, realizadas durante o Fórum Social Mundial e de campanhas pela paz.
93.Fortalecer
as articulações, fóruns internacionais no sentido de unificar a luta urbana
contra o neoliberalismo, como por exemplo, as lutas e mobilizações da Aliança
Internacional dos Habitantes (AIH), especialmente a campanha “Despejo Zero” e a construção da via urbana.
94.Continuar atuando na luta pela integração dos povos da América Latina, fortalecendo a FCOC
– Frente Continental de Organizações Comunitárias nessa articulação. Nesse sentido, a FCOC precisa ser mais proativa e articular outros movimentos para concretizar essa articulação na atual conjuntura política na América Latina e Caribe.
95.Contrapor
a política externa do Governo Federal que busca enfraquecer a soberania
nacional, na integração da América Latina e dos países em desenvolvimento.
96.Apoio à luta contra ao bloqueio econômico à Cuba.
97.Apoio à luta pela criação efetiva do Estado Palestino.
98.Apoio na luta pela Paz no Brasil e no mundo.
99.Apoio ao processo democrático na América Latina.
CONJUNTURA
NACIONAL
100. lutar pela antecipação das eleições presidenciais, Diretas, para 2017.
101. lutar
pela construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento, que além de
conquistas sociais do último período se caracterize por implementar a Reforma
Urbana, Fortalecimento do SUS, Reforma Agrária, Reforma Tributária, Democratização
da Mídia, Reforma da Educação, Reforma do Judiciário e ampla Reforma Política democrática.
102. Aprovação urgente da Reforma Política, com Democracia Direta e participativa.
103. Lutar
pela Democratização da Mídia, com adoção de legislação, erradicando a
propriedade monopolista de meios de comunicação.
104. Lutar
pela Democratização do Poder Judiciário, com estabelecimento de mandatos para Ministros das Cortes Superiores, ampliação e democratização do Conselho Nacional de Justiça, aprovação da lei contra abuso de autoridade.
105. Revogação da Emenda Constitucional 95 que limita o crescimento dos investimentos
públicos por 20 anos.
106. apoiar
a luta para assegurar a titulação de todas as terras de comunidades quilombolas
e a demarcação de todas as áreas indígenas, bem como uma política de
fortalecimento e apoio a sua cultura e territórios.
107. Lutar
por reforma urbana que garanta o papel social da cidade e da propriedade, como
prevê o Estatuto das Cidades, e que garanta melhorias na qualidade de vida da
população.
108. Fortalecer
a nossa participação nos fóruns de articulações e de campanhas, como o Fórum
Nacional de Reforma Urbana, a Plataforma pela Reforma do Sistema Político, o
Movimento pelo Direito ao Transporte, a Frente Nacional de Saneamento
Ambiental, a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, a Campanha da Função Social da Propriedade
e Campanha Despejo Zero.
109. Fortalecer
as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e demais iniciativas de articulações
dos movimentos populares como Campo e Cidade, reproduzindo essas articulações
também nos estados e construir agendas comuns que possibilitem pautar o governo
contra os retrocessos.
110. Continuar
lutando pela anistia das Associações de Moradores e entidades comunitárias, sem fins lucrativos junto à Receita Federal.
111. Lutar contra a criminalização dos movimentos sociais e pela liberdade manifestação.
A CONAM COMO INSTRUMENTO DE LUTA E FORTALECIMENTO
DO MOVIMENTO COMUNITÁRIO.
112. Fortalecer
a construção de um movimento comunitário combativo, politizado e de luta.
113. Ampliar com os movimentos populares culturais, mulheres, juventude na construção de comitês em Defesa da Democracia e dos Direitos sociais.
114. Continuar
fortalecendo as Federações Estaduais, que têm como base as Federações
Municipais. Definir uma meta para construir Federações nos estados onde ainda
não existam.
115. Ampliar
e fortalecer o papel da CONAM para que ela continue contribuindo nas grandes lutas políticas, entre elas, a luta em defesa do emprego.
116. Fortalecer
a luta pela Escola de Formação Comunitária da CONAM, com metas de formação política de capacitação e qualificação de lideranças comunitárias.
117. Construir
políticas de finanças para CONAM como instrumento de fortalecimento material e
organizativo do movimento comunitário.
118. Colocar como questão estratégica da luta comunitária e da CONAM a construção de formas alternativas para garantir autonomia financeira da
entidade.
QUESTÃO URBANA
119. Mobilizar
a base do movimento comunitário na defesa de uma reforma urbana que garanta o
papel social da propriedade, como prevê o Estatuto das Cidades e melhorias na
qualidade de vida da população, entre elas destacando o papel dos Planos
Diretores Participativos.
120. Fortalecer
a política de utilização dos imóveis abandonados da União para fins de
Habitação de Interesse Social, com objetivo de cumprir sua função social.
121. Realizar
seminários, debates, audiências públicas pela aplicação dos Estatuto da Cidade
e demais leis setoriais do Desenvolvimento Urbano, garantindo os Planos e
instrumentos da política de planejamento urbano.
122. Lutar pela manutenção do Conselho Nacional das Cidades como instrumento da luta
pelo desenvolvimento urbano no Brasil, bem como instância responsável por
organizar a Conferência das Cidades, intensificando a luta pela revogação do
Decreto 9.076, de 7 de junho de 2017, que dispõe sobre a 6ª Conferência e
revoga dispositivos do Decreto 5.790, de 25 de maio de 2006.
123. Lutar
pela criação de legislação que institua a Política Nacional de Prevenção e
Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos no Congresso Nacional com base na resolução do Conselho Nacional das Cidades.
124. Lutar
por mais espaços democráticos nas cidades que garantam direitos de ir e vir,
como ciclovias e ciclofaixas.
125. Imediata retomada do programa Minha Casa Minha Vida, como priorização da faixa
1, para famílias de baixa renda de até R$ 1.800,00, com participação dos movimentos sociais na elaboração e execução de projetos.
126. Lutar
por uma política de locação social.
127. Buscar
junto ao Ministério Público a revogação do Decreto 9.076 de, 7 de junho de
2017.
128. Lutar pela aprovação da PEC 285 de 2008, que vincula recursos diretos do orçamento da união, estado e município, para habitação de interesse social.
129. Lutar
pela criação de legislação que institua a Política Nacional de Prevenção e
Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos no Congresso Nacional com base na resolução do Conselho Nacional das Cidades.
130. Fortalecer a Campanha despejo Zero e lutar contra todos os tipos de despejos.
131. Fortalecer a Campanha da função social da propriedade.
132. Participar
na construção e mobilizar a realização da sessão do Tribunal contra os despejos
no Brasil.
133. Lutar
pela revogação imediata da MP 759 de 2016, sobre a regularização fundiária
urbana e rural, que desarticula conquistas históricas do direito à moradia
segura, saneada, salubre, digna e saudável, e protege loteadores irregulares,
grileiros de terras públicas e condomínios fechados de alto padrão.
134. Realizar debates e seminários sobre a MP 759 de 2016.
135. Lutar
pela manutenção imediata da Lei Federal 11.977/09, principalmente da parte que
trata sobre a Regularização Fundiária.
136. Lutar em defesa da universalização ao acesso aos serviços do saneamento ambiental.
137. Realizar debates, seminários e audiências públicas sobre a Lei Federal 11.445/07 que
regulamenta os serviços do saneamento.
138. Lutar
pela participação na elaboração dos planos municipais do saneamento conforme estabelecido
na Lei Federal 11.445/07.
139. Lutar contra todas as formas de privatização da água e do saneamento.
140. Lutar
pela reversão e suspensão das concessões e privatizações das companhias de
saneamento realizadas pelos governos estaduais, com apoio do governo Federal.
141. Realizar
debates, seminários e audiências pública sobre a Lei Federal 12.305/10, sobre
os Resíduos Sólidos.
142. Fortalecer a articulação da Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental.
143. Mobilizar e participar do Fórum Alternativo da Água que ocorrerá em março de 2018,
participando da criação dos comitês locais.
144. Lutar
pela implementação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal
12.587/12), realizando debates para o seu conhecimento.
145. Lutar pela criação nos estados de sistemas integrados de transportes (ônibus, metrôs, trens, barcas, etc.) e a implementação de modelos
como o “Bilhete Único”, onde o usuário possa utilizar várias conduções pagando apenas uma passagem.
146. Lutar
pela integração efetiva dos diversos modais. Com incentivo aos modais não
motorizados, com a implementação das ciclovias e incentivar o uso das bicicletas com forma
de diminuir a poluição e estimular a prática de exercícios físicos.
147. A CONAM deve aprofundar e debater as políticas de educação ambiental, juntamente com suas filiadas.
148. A CONAM deve realizar seminário nacional sobre as grandes catástrofes e como elas têm atingido as comunidades em todo o Brasil.
149. Que a CONAM e suas filiadas debatam o impacto ambiental dos resíduos sólidos, lixos
tóxicos e outros, construindo uma opinião e dando alternativas para minimizar o
impacto deste problema.
150. Que a CONAM debata os biomas brasileiros e suas características – Pampa, Serrado, Pantanal, Amazônico e Caatinga.
151. Aderir ao programa ambiental como plataforma de luta da CONAM do Plano Popular de Emergência da Frente Brasil Popular.
152. Fortalecer o debate e a mobilização pela universalização do direito a Energia.
153. Lutar
para garantir o equilíbrio entre o necessário desenvolvimento e produção de
energia com as preocupações ambientais e a qualidade da água no Brasil.
154. Lutar pela retomada do programa “Luz para Todos” com energia limpa, seguindo na
defesa pela implementação da Lei da Energia Limpa como forma de barateamento das tarifas
e também de proteção ao meio ambiente.
155. Realizar
abaixo-assinado pela retomada da tarifa social de energia elétrica,
independentemente da cor da bandeira.
SAÚDE
156. Lutar em defesa da Saúde pública e pelo fortalecimento do SUS.
157. Lutar contra EC 95 que congela os investimentos em saúde por 20 anos.
158. Lutar pela recriação da CPMF no sentido de garantir mais recursos para saúde.
159. Lutar pelo fortalecimento da Atenção Básica através do PSF, totalmente integrado ao
SUS e pelo fortalecimento do Programa Saúde da Família.
160. Lutar
pela manutenção das Farmácias Populares.
161. Lutar
pela descriminalização do aborto e pela garantia do atendimento das mulheres em
estado de risco de vida pelo SUS.
162. Ampliar as políticas de saúde da população negra.
163. Apoio à quebra de patentes, quando a mesma representar ameaça à saúde pública e
a soberania nacional.
164. Contribuir no debate e acompanhamento de Implementação do Decreto 7.508/201.
165. Participar e fortalecer os conselhos gestores das unidades de saúde.
166. Participação
do movimento comunitário no programa de agente de saúde, como forma de incidir
e fortalecer esse programa, que é de suma importância para o bem estar e saúde
das pessoas.
EDUCAÇÃO
167. Defesa
da Educação Pública de qualidade para todos e todas, erradicando o
analfabetismo e universalizando o atendimento escolar.
168. Garantia da gestão democrática na educação, com eleições diretas para diretores em todas as escolas do país, com a ampla participação de toda a comunidade escolar.
169. Defesa
da escola de tempo integral, objetivando ampliar oportunidades aos educandos e
comunidade escolar.
170. Defesa da ampliação da oferta de educação infantil em todos os municípios do país.
171. Participar,
lutar e defender a construção democrática dos Planos Municipais de Educação e sua implementação, em todos os municípios do país.
172. Fortalecer
a participação democrática da comunidade escolar e Associações de Moradores nos Conselhos de Educação, do FUNDEB e Alimentação Escolar.
173. Lutar por mudanças nos critérios de composição do Conselho Nacional de Educação.
174. Lutar pela revogação da Reforma do Ensino Médio e da alteração as normas curriculares (MP 746/16).
175. Lutar contra o Projeto de Lei Escola sem Partido (PLS 193/2016).
176. Lutar pela implementação do Passe Estudantil como garantia do acesso à educação.
177. Apoiar a difusão da cultura negra, em todas as áreas do ensino.
CULTURA
178. Lutar
pela a existência e manutenção do Ministério, das secretarias estaduais e
municipais de Cultura, fomentando a parceria com os movimentos culturais e
entidades comunitárias, para retomada do Cultura Viva e Pontos de Cultura.
179. Dar continuidade aos projetos de “Mostra Popular e Comunitária de Cinema” e lutar
pela implantação das Bibliotecas Comunitárias junto aos telecentros e outros
espaços de cultura.
180. Lutar pela construção de espaços de convivência e de Centros Culturais em conjuntos habitacionais, praças e
parques, garantindo a revitalização das praças públicas e lutando contra a
privatização das mesmas.
ESPORTE
E LAZER
181. Lutar por uma política que garanta acesso ao esporte e ao lazer como instrumento
de promoção à saúde e inclusão social.
182. Buscar a realização da Copa Nacional Comunitária de futebol masculina e feminina, incentivar a realização
das Copas Comunitárias nos estados e a criação das escolinhas de futebol nos
bairros, fortalecendo a mobilização pela recuperação dos campos de futebol de
várzeas.
183. Lutar
por mais espaços de convivências para os jovens, crianças e idosos.
COMUNICAÇÃO
184. Apoiar
e estimular a utilização de novas formas de comunicação com as entidades
filiadas e Associação de Moradores.
185. Apoiar e intensificar a luta pela democratização do Meios de Comunicação.
186. Apoiar
e intensificar a luta pela ampliação da rede pública e educativa de rádio e
televisão.
187. Exigir do Ministério Público o fim da perseguição às rádios comunitárias.
188. Incentivar,
fortalecer e defender a utilização de mídia alternativas, comunitárias
populares e as mídias livres.
189. Combater
a entrega da
infraestrutura de telecomunicações, defender a universalização do acesso à internet e a privacidade nas redes.
190. Denunciar o desmonte e lutar pelo fortalecimento do campo público de radiodifusão.
191. Defender
e disseminar a cultura de utilização de novas ferramentas livres de
comunicação, consulta, decisão e democracia em rede.
EMPREGO
192. Realizar
pesquisa de levantamento de desempregados nas comunidades, com a finalidade de acompanhamento e na busca de solução para que o mesmo possa ser incluído no mercado do trabalho, nesse momento de crise.
193. Lutar pela revogação da Lei Federal 13.429/17, de terceirização irrestrita, bem como
manter as mobilizações contra as propostas em tramitação de Reforma Trabalhista
e da Previdência.
194. Lutar pela proteção social do Programa de Seguro Desemprego, facilitando o acesso e estendendo a cobertura do programa para os setores mais atingidos pela crise.
195. Lutar pela distribuição de Vale Transporte para os desempregados.
196. Lutar por uma política de incentivo ao primeiro emprego para a juventude.
197. Incentivar o acesso do negro ao mercado de trabalho.
198. Fazer
parcerias com sindicatos de capacitação profissional em parceria com entidades comunitárias, junto à população carente na periferia das cidades.
199. Potencializar
as experiências das Associações de Moradores no trabalho com a economia solidária, fomentar bancos populares e moeda própria.
MULHERES
200. Buscar
parcerias entre a CONAM e órgãos públicos na implementação de projetos que
possibilitem a geração de emprego e renda, projetos de capacitação voltados às
mulheres chefes de família de baixa renda.
201. Promover
debates sobre a Lei Maria da Penha para melhor aplicabilidade e
responsabilização das diferentes esferas de governo envolvidas no enfrentamento
à violência contra as mulheres, com a realizações de campanhas, mobilizações e
ações educativas.
202. Lutar pela garantia de equipamentos sociais, como lavanderias e creches, bem como
de programas de geração de renda em todos os programas habitacionais produzidos
pelo FNHIS e pelo programa Minha casa Minha vida.
203. Lutar
para que as mulheres ocupem mais os espaços de participação e decisão política, contribuindo no avanço da participação das mulheres.
204. Realizar debates sobre as políticas de saúde para as mulheres aprovada no Conselho
Nacional de Saúde.
205. Lutar
pela retomada do Pacto Nacional pelo enfrentamento à Violência contra Mulher e do programa “Mulheres, Viver Sem Violência”.
206. Fazer
debate de conscientização com as comunidades sobre a criminalização do aborto.
207. Lutar
junto aos entes federados pelo cumprimento do Pacto Nacional pela redução da
mortalidade materna.
208. Realizar
encontros, municipal, estadual e nacional para debater as políticas para as
mulheres.
209. Criar um fórum permanente das mulheres comunitárias da CONAM, bem como lutar pela construção de Procuradorias das Mulheres nos Parlamentos e Secretarias das Mulheres
nas cidades e estados.
JUVENTUDE
210. Realizar novo Encontros, municipal, estadual e nacional da Juventude Comunitária.
211. Criação do coletivo de jovens da Conam nas comunidades.
212. Incentivar a participação da juventude no movimento comunitário.
213. Lutar
pela implantação do Estatuto da Juventude e de políticas públicas que
possibilitem à juventude construir sua trajetória educacional, profissional.
SEGURANÇA PÚBLICA
214. Lutar
pela revisão imediata da atual política de segurança pública, que garanta uma
rede de proteção social, os direitos humanos e a liberdade de expressão.
215. Lutar
por uma nova política de combate às drogas mais humanizada e socialmente
inclusiva.
216. Lutar
por um sistema prisional que recupere o cidadão socialmente marginalizado para
o convívio social.
217. Realizar
debates e seminários sobre o conselho de segurança comunitário para melhor entender qual a sua eficiência para segurança da comunidade.
BANDEIRAS DE LUTAS
BANDEIRA GERAIS
|
218.
|
Democratização dos Meio de Comunicação.
|
|
219.
|
Reforma
Política.
|
|
220.
|
Reforma Urbana.
|
|
221.
|
Reforma da Educação.
|
|
222.
|
Democratização do Poder Judiciário.
|
BANDEIRAS
ESTRATÉGICAS
|
223.
|
Direito à Cidade.
|
||
|
224.
|
Função
Social da Propriedade.
|
||
|
225.
|
Mobilidade Urbana.
|
||
|
226.
|
PEC 285 de 2008.
|
||
|
227.
|
MP 759 de 2016.
|
||
|
228.
|
Moradia Digna.
|
||
|
229.
|
Em Defesa da Saúde Pública e doSUS.
|
||
BANDEIRAS DE PRIORIDADE
|
230.
|
Eleições
Diretas Já.
|
|
231.
|
Defesa da
Democracia.
|
|
232.
|
Direito ao
Trabalho.
|
|
233.
|
Reforma da
Previdência e Trabalhista.
|
|
234.
|
Programa
MCMV-E.
|
|
235.
|
Campanha Função Social da Cidade e da Propriedade.
|
|
236.
|
Campanha
Despejos Zero.
|
BANDEIRAS DE AÇÕES
OBJETIVAS
237. Pesquisa de levantamento de desempregados nas comunidades.
238. Abaixoassinado sobre retomada da Tarifa social sem bandeiras na conta de luz.
239. Retomar a participação na indicação dos agentes de saúde.
240. Retomar a participação nos conselhos gestores das unidades de saúde.
241. Realizar seminário sobre a Campanha da Função Social da Cidade da Propriedade.
242. Construir a sessão Brasil do Tribunal Internacional contra os Despejos.
243. Criar comitês em Defesa da Democracia e dos direitos sociais.